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O lado escuro da força

Os fãs de Guerra nas Estrelas conhecem bem esta expressão, a estou usando como alegoria para falar de um ponto importante sobre nossa essência que, com o autoconhecimento pode ficar claro para todos.


A Força, em Guerra nas Estrelas, era algo como a energia cósmica do universo, para a qual alguns serem tinham mais sensibilidade. Ao compreender que todo ser é parte da rede na qual a energia cósmica se manifesta, aqueles que eram capazes de senti-la, desenvolvê-la e utilizá-la, dizia-se que tinham a Força. Isso acontecia com os guerreiros Jedi, os mocinhos da trama, mas também com os Sith, vilões. Falava-se do lado escuro da força.


Ora perceba que todos os seres fazem parte da força, mas nem todos são capazes de percebê-la e utilizá-la em seu potencial.


Interessante o conceito das Forças de Caráter, da Psicologia Positiva, que, segundo a teoria que é verdadeiramente científica, todos temos, em configurações e gradações diferentes.


Brincando com a alegoria, é como dizer que todos temos potencial para Guerreiros Jedi, ou para Sith, conforme nossos interesses e índoles.


É claro que, cada lado com sua ótica e seus valores, faz o uso das mesmas forças com interesses diferentes. Isso vale para a Força em Guerra nas Estrelas e para as Forças de Caráter na Psicologia Positiva.


Alguns Jedi, por terem a Força, de alguma forma percebiam o ambiente de modo que lhes permitam pressentir o perigo e, então, se preparavam para o combate iminente. A Força lhes condicionava o comportamento.


As Forças de Caráter são um tanto semelhantes. As pessoas que têm uma ou outra mais desenvolvida, percebem o mundo de uma forma específica que lhes condiciona o comportamento. E temos vinte e quatros destas forças, algumas sempre estão mais desenvolvidas que outras.


Quem tem, por exemplo, a Força de Caráter da Bravura está sempre pronto para enfrentar os problemas de alguma forma. Os que têm a Curiosidade são investigadores natos, em algum aspecto das suas vidas. Há quem tenha a Imparcialidade e seja hábil em analisar friamente as situações. E há quem tenha a Perspectiva lhe proporcionando pontos de vistas sempre mais abrangentes.


Como os Jedi desenvolviam a Força, nós também podemos desenvolver nossas Forças de Caráter. É reconfortante saber que temos essa capacidade para nos adaptar às situações que vivemos. Mas é desafiante saber que deve haver algum esforço para “sentir a força”.


Imagine um Jedi que leve ao máximo sua capacidade de perceber situações que se aproximam. Ele nunca gozará o prazer de uma boa surpresa, pois tudo será percebido antecipadamente. Esta habilidade lhe é útil, mas excessivamente se tornaria um problema para uma vida normal e boa.


O mesmo ocorre com as Forças de Caráter. O uso excessivo pode se tornar um problema, assim como a falta de uso. Pensemos em algumas delas, como exemplo.


A Prudência em excesso pode causar uma dificuldade enorme de tomar decisões, como se houvesse algo mais a ponderar, a analisar etc. Já a falta de prudência pode nos colocar em situações ruins por decisões mal ponderadas. Há ainda a força de caráter do Critério que pode ter efeito similar, por outra vertente. Sem critério se decide por qualquer coisa (o que não chega a ser uma decisão, mas um impulso), com critério excessivo não se decide, por sentir que faltam dados ou parâmetros.


Generosidade (uma força de caráter) é boa, todos achamos isto. Mas em excesso, a generosidade pode lhe levar a ser permissivo demais. Sem ela, entretanto, seríamos isolados, pois precisamos ter a generosidade de dedicar algum tempo às pessoas à nossa volta.


Repare que o equilíbrio é a chave das forças para que elas sejam benéficas para nós e para o mundo em geral. O desequilíbrio nos aproxima do lado escuro da força. O esforço em desenvolvê-las reside, em parte, em conseguir manter o equilíbrio sadio.


O autoconhecimento, além dos nos permitir identificar nossas forças e suas gradações, nos ilumina a percepção do que elas têm feito em nossas vidas. Aprendemos ao observar como elas vêm pautando nossos comportamentos e como isso tem nos favorecido, ou não.


É preciso dedicar atenção não apenas àquelas que são fortes em nós, pois podemos tender ao uso excessivo delas. Mas também aquelas que são tímidas demais em nós, por tendermos ao não uso delas. São dois extremos, em geral, ruins.


Mas é claro que algumas são bem ligadas à nossa essência, assim como cada Jedi desenvolve habilidades diferentes em Guerra nas Estrelas. Conhecê-las nos permite encontrar nosso lugar mais natural e nosso melhor desempenho em ação.


Conhecendo em nós, as que são menos desenvolvidas, saberíamos onde precisamos de ajuda e como prevenir que esses aspectos mais tímidos de nossa essência nos limitem.


Criamos equipes altamente capazes não apenas somando as forças de caráter bem desenvolvidas, mas suprindo as que são tímidas em cada um. Para que isso funcione, é preciso conhecer, primeiros a nós mesmos e, a partir deste entendimento, os outros. Isso nos dará consciência do time e o espírito de coletividade.


Levada ao estremo, essa composição de pessoas é bem similar à desenvolvermos a Força Jedi, que é baseada na energia cósmica. Figurativamente podemos dizer que a Guerra na Estrelas só é vencida quando os Jedi se unem para potencializar a força do universo. Nessas horas costumamos dizer que o universo conspira a nosso favor.

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